Este
trabalho faz parte de nosso work in progress The Everydayness Manifesto,
desenvolvido a partir de pesquisas sobre as flaneries do século
XIX: “as ruas são a moradia coletiva. O coletivo é uma
essência incansável e eternamente movediça; entre as fachadas
dos edifícios, suporta (erlebt), experimenta (erfährt),
aprende e sente tanto quanto indivíduos dentro da proteção
de suas quatro paredes”, citando Walter Benjamin (1927-29), dos andares
à deriva do século XX descritos pelos situacionistas (1956):
“o caráter principalmente urbano da deriva, no contato com centros
de possibilidades e de significações que são as grandes
cidades” e de estudos que inter-relacionam a Sociedade da Vigilância
à Sociedade do Espetáculo: “O espetáculo não
é um conjunto de imagens, mas uma relação social entre
pessoas, mediada por imagens” (Guy Debord, 1967).
“Os
estudos dos efeitos passaram dos usos como funções para as funções
dos usos, saltando portanto, da pergunta 'o que os mass media fazem com as
pessoas?' para a pergunta 'o que as
pessoas fazem com os mass media?' Assumindo que a audiência é
tão ativa quanto os emissores das mensagens.” (Lúcia Santaella,
2001). A resposta neste atual momento em que vivemos é a World Wide
Web como um local de reconhecimento videográfico (vide o YouTube nos
últimos meses, um fenômeno do vídeo online responsável
por mudanças comportamentais do ser urbano contemporâneo), dando
voz a todos aqueles que possuem um mínimo de infra-estrutura para fazer
parte deste “seleto” mundo da tecnologia digital: banda larga
e equipamentos audiovisuais (diariamente 65 mil vídeos são postados
e 100 milhões exibidos so mente
no Youtube, o que representa 42,2% dos v ídeos
assistidos na internet). Ou seja, em nossa contemporânea virada de século,
temos não somente a televisão, mas também a internet
(blogs, videoblogs e Youtube, dentre outros portais videográficos na
rede) se tornando, como define Ivana Bentes, o "espaço público"
de "mentes coletivas" por excelência em nossa sociedade, interligando
indivíduos, cada qual a partir de sua auto-experiência cotidiana.